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DIA NACIONAL DOS JOVENS CADETES DAS ESCOLAS

DIA NACIONAL DOS JOVENS CADETES DAS ESCOLAS

  DIA NACIONAL DOS JOVENS CADETES DAS ESCOLAS, NA ESCOLA DE FUZILEIROS

 

NOTÍCIA

     No dia 10 de Maio de 2014, na Escola de Fuzileiros, realizou-se o Dia Nacional dos jovens Cadetes das Escolas, juntando todas as Unidades de Cadetes do Mar e do Exército, em actividade em Portugal.

     Teve esta cerimónia Patriótica, como intenção agregadora, uma sentida homenagem dos nossos jovens Cadetes, a todos os Portugueses que defenderam a nossa Pátria no Século XX, pelas armas, com a sua inteligência ou pelo seu trabalho quotidiano, empenhado e competente.

     Portugal precisa de continuar a ser defendido, por isso os Cadetes de Portugal se comprometeram em público nesta jornada: - a combaterem o esquecimento deliberado a que remeteram as causas por que Portugal se bateu em todas as épocas da sua História heróica e cosmopolita; - a desmascararem no dia a dia os inimigos de Portugal e o relativismo apátrida veiculado na escola e nos media; - a assumirem com orgulho a herança de defensores do nosso Portugal de sempre; - a cumprirem o dever patriótico de recordar os heróis de Portugal, para que sirvam a todos de exemplo.

     Com efeito, comemoram-se ao longo do ano escolar de 2013 e 2014, o Centenário da participação de Portugal na 1ª Grande Guerra e simultaneamente os 150 anos da criação da Medalha Militar em Portugal.

     A Comissão Nacional para a Evocação do Centenário da Grande Guerra, decidiu comemorar em 2014, nas Unidades herdeiras da tradição das Unidades Portuguesas que intervieram neste conflito, os feitos heróicos e os esforços desses militares de então, na defesa do seu solo pátrio em Angola e Moçambique, e das fronteiras dos nossos interesses, bem como dos países nossos aliados de então, em Terra e no Mar.

     Ora, em 1914, o maior esforço de guerra que Portugal protagonizou, incidiu na defesa das fronteiras do nosso império de então, no Norte de Moçambique e no Sul de Angola. Aliás, nos anos que precederam o início das hostilidades, já Portugal desenvolvia intensas campanhas militares de pacificação dessas mesmas regiões, onde se verificavam actos de rebeldia e sublevação, instigados pelos nossos inimigos.

     Em todas estas campanhas de pacificação e de combate, mesmo antes da declaração de guerra de 1916, a Marinha esteve significativamente envolvida, através dos Batalhões de Marinha, actuando em terra e movimentando-se através dos rios.

     Ora, a Unidade que hoje herda a tradição destes Batalhões, é a Escola de Tecnologias Navais, ostentando no seu Estandarte as respectivas condecorações. Assim, o Comandante da ETNA autorizou que este Estandarte estivesse presente e fosse homenageado, neste Dia Nacional dos Cadetes.

     Por outro lado o Corpo de Fuzileiros da Armada tem colaborado intensamente na formação dos Cadetes do Mar Fuzileiros, decorrendo a sua instrução periodicamente na Escola de Fuzileiros. A melhor forma de agradecer este significativo empenhamento foi a escolha desta Escola para local de realização do Dia Nacional dos Cadetes de Portugal. Visitaram a Escola de Fuzileiros no evento, 300 civis, oriundos das comunidades onde estão em funcionamento Unidades de Cadetes. Eis assim justificada a oportunidade da escolha desta unidade para palco da presente homenagem dos jovens aos seus antecessores na defesa da Pátria.

     Contando também com a colaboração entusiasta e sempre disponível da Associação de Fuzileiros, que orienta a instrução destes Cadetes, foi possível reunir nesta data, um número significativo de associados, Fuzileiros no activo e nas reservas, ostentando ao peito nesta cerimónia as insígnias completas das Medalhas Militares do tempo das Campanhas do Ultramar.

     Ainda muitos militares e civis presentes ostentavam merecidamente as medalhas dessas campanhas e das novas missões de paz, em ambos os casos arriscando a vida a defender os interesses de Portugal.

     Trata-se dos símbolos que os Portugueses orgulhosamente usam ao peito, reveladores do heroísmo de alguns na defesa da Pátria, e do esforço, dedicação e competência profissional de outros, no cumprimento de missões de soberania e ao longo das suas carreiras.

     Estas duas efemérides associadas evocam o dever de memoria para com aqueles a quem hoje cabe a defesa dos interesses de Portugal e da dignidade dos Portugueses. E exortam os cidadãos que cumpriram já o dever de defender a sua Pátria, em todas as épocas, em todos os regimes, a convocarem agora as jovens gerações, a aprenderem nas Escolas a honrarem este dever irrecusável, e deste modo lhes passarem o legado inalienável do orgulho de ser Português. Foi assim em todos os tempos, e hoje de igual modo, através do esforço da defesa da nossa terra, por todos os meios, que se ganha verdadeiramente o estatuto de Cidadão de Portugal, de pleno direito.

     A todos esses os jovens Cadetes quiseram homenagear, lembrando aos Portugueses com esse gesto, que os condecorados serão sempre os nossos guias, não necessariamente por serem melhores que os demais, mas sem dúvida por serem merecedores de gratidão e respeito, porque no tempo que lhes coube fazê-lo, defenderam Portugal, com armas na mão, pela inteligência ou pelo esforço e trabalho exemplares.

     A melhor forma de homenagearmos os Portugueses que lutaram antes de nós pela nossa Pátria, será assumirem hoje os mais novos, o compromisso de lhes seguirmos o exemplo, afirmando também a sua vontade de estarem sempre do lado da defesa dos interesses e das causas da nossa Pátria.

     Perante a Bandeira Nacional, os Cadetes de Portugal, perfilados em formatura, assumiram pela primeira vez nas suas vidas, que lhes caberá a eles em futuro próximo, manter bem alto o nome de Portugal entre as nações, assumindo o legado daqueles condecorados, igualmente perfilados à sua frente, que já cumpriram o dever patriótico de defender Portugal por todos os meios. Em simultâneo, estas duas gerações de cidadãos, os jovens bem como os Condecorados, cumprem o seu dever de memória, ao prestarem homenagem aos combatentes que defenderam Portugal na 1ª Grande Guerra, dando início público às comemorações centenárias de 2014. Assim se cumprirá Portugal. Na ocasião a Banda da Armada executou os toques de homenagem aos mortos em combate e o hino nacional. Dois Cadetes Fuzileiros depositaram em nome de todos aqueles jovens perfilados, uma coroa de flores junto do Monumento ao Fuzileiro na parada da Escola.

     Fieis a este compromisso, os jovens Cadetes de Portugal, convidaram em seguida todos os presentes a inaugurarem nas salas da Escola de Fuzileiros a Exposição dos seus trabalhos do ano escolar, sob o lema “O Dever da Memoria para com os Heróis que defenderam Portugal”.

     Juntaram-se a estas homenagens o Senhor Almirante Cortes Picciochi, em representação do Almirante CEMA, Comandante em Chefe Honorário do Corpo de Cadetes do Mar que, por coincidência de agenda não pôde presidir, o Senhor General Santos de Carvalho em representação do Exército, o Senhor Almirante Silva Carreira, os Directores dos Museus de Marinha e Militar e os Comandantes das Escolas da Armada e dos Navios que apoiaram ao longo ano a formação dos nossos jovens Cadetes.

Bellem Ribeiro

Director de Instrução dos Cadetes do Mar