CADETES DO MAR DE PORTUGAL
Corpo de Cadetes do Mar de Portugal O Mar, Foi desde sempre um elemento
constante na história de Portugal. Mas ainda que o País não tivesse alcançado o
brilhantismo histórico que o notabilizou no passado, bastaria a nossa localização
geográfica e geoestratégica, levando ainda em conta a vastidão da nossa Zona
Económica Exclusiva, para nos obrigar a compreender o Mar nos dias de hoje, e a
lidar com ele com os conhecimentos e com os meios adequados. Mas como em
todas as coisas perigosamente difíceis que se enfrentam, e o Mar é uma delas, é
preciso ainda assim tomar-lhe o gosto e o jeito, ou seja, é preciso que haja
vocações A vocação marítima, nas suas variadas vertentes, é pois uma qualidade
valiosa que muito pode ajudar Portugal. E por isso devemos cuidá-la hoje para
que dela possamos beneficiar amanhã. À semelhança de outros 19 países
actualmente inseridos na International Sea Cadet Association, foi fundado em
2010 sob a tutela do GAMMA (Crupo de Amigos do Museu de Marinha) o Corpo
de Cadetes do Mar de Portugal (CCM-Pt), que conta com o reconhecimento
institucional da Armada Portuguesa, condição essencial, como acontece em todos
os outros países filiados, sendo o Almirante CEMA o Comandante-Chefe do
CCM-Pt, a título honorífico. O Corpo de Cadetes do Mar de Portugal congrega
através do GAMMA o trabalho voluntário de várias associações da sociedade
civil vocacionadas para os assuntos e actividades do Mar, contando com o apoio
de quatro Instituições do Ensino Superior, com a cooperação, até ao presente, de
duas Escolas secundárias em Cascais e em Carcavelos, e da Escola de Marinhas
do Sal em Rio Maior. Jovens que frequentam as duas primeiras Escolas
constituem uma unidade em Cascais, contando-se com mais duas unidades, que
integram os ainda mais jovens,em Rio Maior. Deste modo, o Corpo de Cadetes
do Mar de Portugal integra actualmente um total de cerca de 60 elementos
distribuídos por 3 unidades. Na sequência de um anterior projecto ao qual o Cte.
Bellem Ribeiro (também associado da AFz) deu alma e que designou por “A
minha Escola adopta um Museu”, acabou por ser criado com o seu notável
empenhamento, o Corpo de Cadetes do Mar de Portugal. Os seus actuais
elementos contam, designadamente, com o acompanhamento de actividades e de
conteúdos por parte do Instituto de Defesa Nacional, com a colaboração do
Museu de Marinha e do Museu Militar, com a disponibilidade de meios
didácticos por parte do Instituto Hidrográfico e da Escola Superior Náutica
Infante D. Henrique, e com o apoio do Instituto de Socorros a Náufragos, ao
qual se encontram ligados pelas estações salva – vidas de Cascais, de Peniche e
da Nazaré. Levando em conta os conhecimentos adquiridos pelos Cadetes do
Mar em cultura de defesa e em causas do Mar, estes podem ser agraciados com
certificados de mérito, com o suporte de algumas das Instituições citadas, uma
vez atingido o nível de “jovens guias de museu” (de Marinha ou Militar),
“jovem colaborador de estação salva – vidas do I.S.N.”, ou de “jovens auditores
de defesa nacional”, entre outros, estando em estudo a possibilidade de visitas a
navios e até mesmo de futuros embarques. Uma vez superadas as provas teóricas
e práticas, os Cadetes do Mar podem ainda prosseguir para as candidaturas às
cartas da Marinha de Recreio e de Radioamador, os certificados de Nadador
Salvador, de Socorrista e de Arqueologia Subaquática. O Reino Unido foi o país
fundador do Sea Cadet Corps há 150 anos, e conta hoje com mais de 400
unidades e para cima de 14000 Cadetes do Mar. Trata-se de uma organização que
capta numerosas vocações para as carreiras do Mar, e cuja senioridade secular,
lhe conferiu características admiráveis. À semelhança do que acontece no Reino
Unido em relação aos “Royal Marines”, está a constituir-se entre nós a primeira
unidade de Cadetes do Mar Fuzileiros. Neste sentido foi assinado um protocolo
entre a Associação de Fuzileiros e o GAMMA no passado dia 26 de Setembro na
sede da Associação. Esta será a quarta unidade do Corpo de Cadetes do Mar de
Portugal e integra jovens que têm a particularidade de pretenderem ser futuros
candidatos a Fuzileiros. Uma vez que se trata em Portugal de uma organização
em crescimento, muito recente, mas que se deseja dilatada a todo o País e que
vive apenas dos orçamentos que já existem para as Instituições que os
constituem, sendo todas as actividades desempenhadas por voluntários, é muito
desejável e fundamental a adesão de elementos da Armada, das Marinhas
Mercante, de Pesca ou de Recreio, que habitem nas mais diversas regiões onde
seja viável a criação de uma unidade do CCM – Pt, e que na sua situação de
reforma ou de disponibilidade pessoal, possam colaborar nas diferentes funções,
de acordo com a sua experiência e categoria profissional. O dia do Corpo de
Cadetes do Mar de Portugal é o dia 29 de Abril, escolhido por se relacionar com
os 200 anos da recriação pelo Príncipe Regente D. João, da Ordem da Torre e
Espada em 1808 após a transferência da Corte de Portugal para o Brasil, em face
da ameaça das invasões francesas. Como Ordem de Cavalaria, esta remonta não
obstante ao reinado de D. Afonso V “o Africano”, e ostenta como divisa, Valor
Lealdade e Mérito, virtudes que deverão inspirar os nossos Cadetes do Mar, para
que se tornem dignos obreiros de um futuro promissor para o País, qualquer que
seja a posição ou a actividade profissional que nele venham a desempenhar.
NRP. Sagres
Durante o ano de 2012 o Navio-escola Sagres comemora 50 anos ao serviço da Marinha Portuguesa e 75 anos de vida. Para assinalar estas datas tão importantes na vida do navio, vão decorrer ao longo do ano diversas atividades de natureza militar, social e cultural, culminando, em Outubro, com o festejo dos 75 anos de vida do navio.O Navio-escola Sagres foi construído nos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, em 1937, tendo, na altura, recebido o nome Albert Leo Schlageter. Em 1948 entrou ao serviço da Marinha do Brasil e foi batizado de Guanabara. Em 1961 foi adquirido por Portugal com o objetivo de substituir a antiga Sagres, que já não se encontrava em condições de assegurar a continuidade das viagens de instrução, dele herdando todos os símbolos, incluindo o próprio nome.
A Sagres içou pela primeira vez a bandeira portuguesa a 8 de Fevereiro de 1962. Desde então tem assegurado a formação marinheira dos futuros oficiais da Armada, complementando assim as componentes técnica e académica ministradas na Escola Naval. Nestas funções efectuou mais de 150 viagens, pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, mares do Norte, das Caraíbas, do Japão, da China, Mediterrâneo, Arábico, Báltico, Vermelho e Amarelo. Nos 50 anos ao serviço de Portugal e da Marinha Portuguesa já realizou três voltas ao mundo, com 385 visitas a portos e cerca de 600 000 milhas navegadas e é conhecido como um Embaixador Itinerante ao serviço de Portugal.
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